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16 setembro 2011

Educação-musical-ambiental 4: Música no ZOO

"ZOO era um zoológico diferente. Lá, bicho falava, bicho cantava, bicho tocava até instrumento.

Mas, não tinha plateia, uma banda tão legal!

Então, Dante teve uma ideia, para lá de original:

     fazer um show...
          ... convidar criança...
               ... estourar pipoca...
                    ... dar uma festança!"

Este é o enredo de um livrinho lindo que acabei de lançar pela Editora Fino (www.finotracoeditora.com.br), com ilustrações da Carolina Merlo. Na história, cada bicho toca um instrumento e, juntos, formam uma banda. Já que não têm plateia, decidem fazer uma festa e convidar as crianças para tocar com eles. Para que todos possam participar, eles pintam audiopartituras no muro, combinando os sons dos instrumentos em notação gráfica.

O livro é um paradidático para crianças de seis a oito anos, que propicia o trabalho de vários temas:
- instrumentos musicais;
- timbres (vocais, instrumentais, vozes dos animais);
- caráter expressivo;
- altura e duração dos sons;
- notação musical analógica;
- textura;
- arranjos instrumentais.

Além disso, promove o afeto e o respeito pelos animais, envolvendo-os no mundo imaginário-musical da criança.

O próximo livrinho já está no forno...

Ode à alegria

Vejam texto publicado recentemente no Boletim da UFMG.

Acesse o link para ler: http://www.ufmg.br/boletim/bol1748/2.shtml


Abraços,

Cecilia.

De volta!!!

Queridos amigos,

estamos de volta com o nosso BLOG! E devo esse retorno à querida amiga Viviane Beineke, que elaborou um material lindo para apresentação dos meus livros e CDs. Sua generosidade é tamanha que permitiu postá-lo aqui. Basta clicar neste link:  http://audiovisual.uab.ufscar.br/em/viviane/an13/em_vb_an13.swf

Quando a página abrir, clique na imagem dos livros, à esquerda. Espero que gostem - agradeçam à Viviane!

Abraços!

04 janeiro 2011

Lo primero tango no se puede olvidar

Charme, mistério, paixão, melancolia, nostalgia, boemia. Adjetivando-se: poético, dramático, profundo, fatal, feminino e masculino. Não há como sair ileso. Impossível ficar indiferente.

Todas as noites, Buenos Aires se entrega à sonoridade e aos passos do tango. Nasceu nos subúrbios da cidade de uma combinação de elementos de origem italiana, espanhola, crioula, cubana e negra. Tangó era o nome do lugar onde os negros se reuniam; tangano, uma dança africana; tango, uma onomatopeia ou um jeito de se (tentar) falar a palavra tambor.  Com passos da milonga, ritmos do candombe, melodias da habanera, toques do flamenco e da canção italiana, mas fortemente identificado com a cultura portenha, o tango fala de sentimentos universais (pelo menos, do universo dos apaixonados, melancólicos, dramáticos). O compasso 2/4 sofre mudanças de andamento sem nenhuma cerimônia, sem pudor de confessar o sentimento, de reconhecer que, como os tangueros, ora pisamos confiantes, expansivos, ora arrastamos os pés de um lado a outro, ou nos recolhemos.

Antes de surgir em forma de canção, tango era uma maneira de se dançar. Pelo seu caráter sensual e ousado, que transgredia os "bons modos", era discriminado pela classe alta. Além da sensualidade da dança, a criatividade da improvisação e a variedade dos passos fascinavam expectadores. Os primeiros tangos eram tocados pelo violão e pela flauta. Foram convidados o piano, o violino, o contrabaixo e, como protagonista, o bandoneon. Este instrumento é originário da Alemanha, mas sua vocação para o tango estava escrita: "qualquer um que tenha um bandoneon sobre os seus joelhos tem um destino inevitável, que é o tango", afirma Rodolfo Mederos. O instrumento respira: inspira e expira como um outro corpo junto ao do instrumentista. Uma escultura localizada em uma praça da Recoleta sintetiza a cumplicidade música-músico-dançantes: Con El Fuelle Adentro, de Leo Vinci.







































A sensação chegou à Europa no começo do século XX e abalou Paris, cidade então movida a bailes. De lá ganhou o mundo e caiu no gosto das rodas sofisticadas e dos contextos, digamos, mais "familiares". A partir do fim da Primeira Guerra Mundial, surgiu o tango-canção. As letras e os cantores passaram a ser mais valorizados, especialmente devido à voz e ao charme de Carlos Gardel (1890-1935). Não se sabe se teria nascido “Carlos” no Uruguai ou “Charles” na França, mas o que importa é que se fez Gardel na Argentina. Dizia: “nasci em Buenos Aires aos dois anos e meio de idade”. Levou o tango a Paris, aportou em Hollywood, imortalizou canções e arrebatou multidões. Da sua parceria com Alfredo La Pera nasceram clássicos como Mi Buenos Aires querido, El dia que me quieras, e Por uma cabeza, que você pode ouvir neste link: http://dl.dropbox.com/u/15280243/Por%20una%20Cabeza.wmaMorreu precocemente em um desastre aéreo em 1935, deixando mais de 900 gravações entre tangos, fox-trots, fados e outros gêneros.

O tango seguiu sua sina. Nos anos 40 e 50, as letras tornaram-se mais românticas, mas a música ainda era protagonista: dançava-se aos suspiros que o tango inspirava. Na década de 60, quando o rock'n roll surgiu como fenômeno mundial, entrou numa fase de ostracismo, mantendo-se em pequenos e apaixonados núcleos de resistência. Até que Astor Piazzolla (1921-1992) o reergueu, revolucionando o gênero: inventou um tango erudito, de influência contemporânea e jazzística, não para se dançar, mas para se tocar e ouvir, com ritmos complexos e novas cores harmônicas. Minha peça favorita é Le Grand Tango, para cello e piano, cheio de romantismo em um ambiente sonoro urbano e vigoroso. Na internet há alguns vídeos da peça, incluindo uma versão com Gidon Kremer ao violino (http://www.youtube.com/watch?v=eamRlKTe7rU). Não deixe de ver também o próprio compositor ao bandoneon interpretando Adios Nonino (http://www.youtube.com/watch?v=VTPec8z5vdY).

O repertório instrumental e cantado é enorme e há tangos para diferentes gostos. 
Para a performance instrumental das crianças, gosto das peças do livro Palitos Chinos de Violeta Gainza: El treinta y três e Homenaje a Pizzolla, que é uma adaptação do tema Invierno porteño de Piazzolla. O tema consiste de frases em sequência melódica cujo ritmo é característico da escrita do compositor (Exemplo 1).

Em seu trabalho para iniciantes ao piano, Duetos populares, Ricardo Nakamura inclui um tango melancólico, de frases longas e poéticas, com harmonias piazzollianas, entitulado Severino em Buenos Aires. Você pode ouvir duas versões: piano a quatro mãos (http://dl.dropbox.com/u/15280243/Severino%20em%20Buenos%20Aires%20%28piano%20a%204%20m%C3%A3os%29.wma ) e conjunto instrumental (http://dl.dropbox.com/u/15280243/Severino%20em%20Buenos%20Aires%20%28acompanhamento%29.wma). A criança pode improvisar sobre a versão instrumental, experimentando sequências melódicas com o movimento característico em zigue-zague (Exemplos 1 e 2), notas alteradas, ritmos característicos, contratempos, síncopes, etc. 


Sobre o acompanhamento do professor, o aluno pode realizar mudanças de andamento, como ocorre no tango-canção, e incrementar os motivos com variações de acento e articulação stacato/legato típicas das peças instrumentais, como em Adios Nonino (Exemplo 3).


 Todas as noites, Buenos Aires se entrega à sonoridade e aos passos do tango, seja nas ruas, nos shows para turistas no Café Tortoni ou nos recantos “bandoneon à luz de velas”. Atualmente, a vedete é outra vez a dança. O repertório inclui os melhores tangos para se dançar. Mas como se costuma dizer na cidade, "Carlos Gardel está cantando cada vez melhor".


Referências:
Gainza. V. H. Palitos Chinos (Chop-Sticks): para la iniciación ao piano. Buenos Aires: Barry, 1987.
Nakamura, R. Duetos Populares: 12 peças a quatro mãos para o iniciante de piano, v.1. Brasília, 2006.

Fontes:
http://www.tangobh.br.tripod.com/
http://www.lunaeamigos.com.br/cultura/tangoargentino.htm
http://www.esto.es/tango/espanol/historia.htm
http://www.welcomeargentina.com/tango/historia.html
http://www.anosdourados.net.br/internacional/latino.htm

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